DESCRIÇÃO E OBJETIVO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO UNIVEGAN

A UNIVegan nasce da demanda que é gerada a partir do momento que as instituições públicas e privadas de ensino superior necessitam fazer cumprir o seu papel social de educar. 

Atualmente existe a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que é vinculada diretamente ao Plano Nacional de Educação. A PNAES deve implementar de forma articulada com as atividades de ensino, projetos que visam o atendimento de estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino, ações de assistências estudantis, sendo a alimentação parte integrante.

O objetivo desse projeto é identificar as Universidades e Institutos Federais que se enquadram na proposta de alimentação Plant Based, também conhecida como Vegetariana e Vegana e sugerir sua implementação.

Parte do crescente número de pessoas brasileiras que se autodeclararam Vegetarianos e Veganos estão em locais como as universidades, corroborando ainda mais a necessidade de implementação da UniVegan. Para isso, será necessárias as seguintes ações:

1.Mapeamento das instituições que já ofertam em seu cardápio atual a alimentação Plant Based como OPÇÃO;

2-Separação e instrução sobre as diferenças de Vegetarianismo e Veganismo;

3-Perfil socioeconômico e cultural do público que se alimentam nestes lugares;

4-Reconhecimento do perfil alimentar de cada instituição;

5 - Qualificação e separação dos tipos diferentes de perfis alimentares que podem surgir (exemplos: Vegetarianos estritos, Ovolactovegetarianos, Lactovegetarianos, Ovovegetarianos, Semivegetarianos (pessoas em período de transição alimentar), Pescovegetarianos e Veganos).

6-Motivos que os levam ao consumo de determinados alimentos;

7 – Incentivar a alimentação Plant Based/Vegetariana no âmbito universitário.

JUSTIFICATIVA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO UNIVEGAN

Uma pesquisa realizada pela FONAPRACE/ANDIRES demonstrou que no universo da assistência estudantil, a alimentação é um dos programas mais utilizados pelos alunos. As ações de assistência estudantil devem obrigatoriamente, considerar a necessidade de viabilizar a igualdade de oportunidades, contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção e evasão decorrentes da insuficiência de condições financeiras (aqui incluídas, condições da alimentação ofertada).

  • Cerca de 1 em cada 3 universitários, realiza pelo menos uma refeição diária nos restaurantes universitários;
  • Mais de 363 mil estudantes se alimentam diariamente nos restaurantes universitários;
  • R$ 762,95 é a renda familiar per capita dos estudantes que fazem 3 refeições diárias nos restaurantes universitários.
  • Quando o assunto é o número de refeições realizadas no restaurante universitário, 51,1% dos estudantes se alimentam ao menos uma vez ao dia; 41,5% dos estudantes se alimentam até 2 vezes ao dia; 7,4% se alimentam 3 ou mais vezes ao dia no restaurante universitário.
  • O tipo ou forma de residir entre os que utilizam o restaurante universitário 

 

Destacando aqui a função social da instituição de ensino, o Restaurante Universitário não apenas representa a democratização do espaço universitário, mas também colabora com as condições de vida dessas pessoas. Fornecer uma boa alimentação pode, entre os resultados possíveis, melhorar o rendimento escolar dos estudantes, bem como colaborar com a redução dos índices de evasão escolar.

Temos quase 4.5 milhões de pessoas se alimentando diariamente em universidades. Fazendo uma estimativa do consumo de alimentos de origem animal com base nesse número de pessoas, e, ao final, descontando arbitrariamente o percentual de pessoas que se autodeclaram Vegetarianas ou Veganas no Brasil, temos que, cada pessoa no Brasil consome por ano quase 100 kg de carne, 144 kg de leite e 8 kg de ovos. Suponha que essa mesma pessoa passe no mínimo 4 anos dentro de uma universidade, ao final da sua “vida universitária” ela terá consumido pelo menos 1.008 tonelada de produtos de origem animal. E se multiplicarmos esse número pelos 4.5 milhões de alunos que frequentam esse espaço, estamos falando de:

4.536.000.000 kg de produtos de origem animal somente na #Universidade.

De acordo com o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), estima-se que 14% dos brasileiros sejam vegetarianos; ao desprezarmos esses 14% do número de pessoas que frequentam a universidade (4.5 MM), ainda sobram 3.870.000 de pessoas, e multiplicado por 1.008 kg, ainda temos 3.900.960.000 kg de produtos de origem animal sendo consumidos.

Agora, ainda usando os dados do IBOPE, observa-se que 55% dos brasileiros consumiriam produtos veganos se estivessem disponíveis e com indicação na embalagem. Estimando que existem 209,5 milhões de brasileiros, 55% representam 115.225 milhões de pessoas. Se fizermos a mesma conta arbitrária com o número de pessoas que frequentam uma universidade, teríamos 2.475 milhões de pessoas comendo menos produtos de origem animal, ou seja, 2.494.800.000 kg a menos.

Estes dados reafirmam a necessidade da existência de um projeto pioneiro no Brasil,

que incentiva a alimentação Plant Based/Vegetariana no âmbito universitário.

Referências

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, MEC. Censo. Disponível em: http://portal. inep. gov. br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/mec-e-inep-divulgam-dados-do-censo-daeducacao-superior-2016/21206. Acesso em, 2020.

Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) Graduandos (as) das IFES – 2018. Disponível em: http://www.andifes.org.br/wp-content/uploads/2019/05/V-Pesquisa-Nacional-de-Perfil-Socioecon%C3%B4mico-e-Cultural-dos-as-Graduandos-as-das-IFES-2018.pdf

Histórico do RU http://ru.ufes.br/hist%C3%B3rico-do-ru

DECRETO No 7.234, DE 19 DE JULHO DE 2010 – Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7234.htm