Para quem não sabe, a “carne de laboratório”, também chamada de “carne cultivada”, é uma alternativa à carne, à base de células, portanto, não requer a criação nem o abate de animais. Essa tecnologia permite então que milhares de vidas sejam poupadas do sofrimento presente nos sistemas de produção industrial.
Tal inovação, baseada em cultivo celular, é fruto da engenharia de tecidos, que inicialmente foi criada para fins biomédicos. De modo geral, o processo dá-se da seguinte maneira: retira-se um fragmento celular animal através de biópsia contendo células satélites, que, ao se proliferarem e se diferenciarem em um biorreator, darão origem a um tecido muscular. Além da redução do sofrimento animal, a carne cultivada acarretaria não só a redução no impacto ambiental, mas também a melhoria na saúde humana, já o ambiente controlado reduziria drasticamente as chances de transmissão de doenças infectocontagiosas.
Dados atuais mostram que futuramente o consumo e a popularização de carne à base de células estará muito mais próximo da realidade, já que muitas empresas renomadas vêm investido nessa nova tecnologia. Além do mais, relatórios preveem uma redução de 30% no consumo de carne convencional nos EUA até 2030, sendo que até o ano de 2035 até 35% da produção global de carne poderá ser cultivada. Vê-se, portanto, que a carne baseada em células provavelmente trará mudanças radicais para o setor de produção de carne.
Texto: Yasmim da Conceição
- Fonte: HEIDEMANN, Marina S. et al. Critical Perspective of Animal Production Specialists on Cell-Based Meat in Brazil: From Bottleneck to Best Scenarios. Animals, v. 10, n. 9, p. 1678, 2020.