VEGANISMO E OS IMPACTOS NOS ANIMAIS NÃO HUMANOS

Atualmente o especismo, ou simplemente a descriminalização contra determinadas espécies não humanas, é responsável por movimentar trilhões de dólares nas indústrias globais, incluindo não somente a produção de carne, mas também de peles, além do comércio de animais de estimação e experimentação científica. Dados da American Meat Institute mostram que, apenas no ano 2000, quase 10 bilhões de animais foram abatidos para a produção de carne nos EUA (sem contabilizar os peixes), gerando mais de US$94,2 bilhões.

Consequentemente, os animais não-humanos são obrigados a suportar um enorme sofrimento, seja por apoio dos consumidores, pela ignorância ou mesmo pela conveniência. Vale lembrar que produtos de origem animal muitas vezes têm seus nomes alterados para criar uma distância de sua verdadeira origem, o chamado referente ausente. Dessa forma, dizer que acabou de comer um “bife” soa como algo mais agradável do que dizer que comeu um “animal morto”, mesmo se tratando da mesma cois

Há uma certa inconsistência entre o relacionamento da humanidade com outros seres, já que muitas das pessoas que se consideram amantes dos animais, por exemplo, continuam a comer a carne de galinhas que passaram a vida enjauladas em gaiolas. Alguns autores inclusive dizem que tais ações são “como denunciar o Apartheid na África do Sul ao mesmo tempo em que se pede a seus vizinhos que não vendam suas casas aos negros”. Devemos tratar os outros seres com respeito, não por conta de suas qualidades, mas por nossa conexão dentro de uma comunidade, que também pode incluir a vida vegetal. No entanto, aceitando ou não o sentimento das plantas, torna-se óbvio que muito menos vidas são sacrificadas se consumirmos a vegetação diretamente ao invés dos animais não-humanos.

A melhoria da relação entre animais humanos e não-humanos parece depender tanto do aumento do consumo de alternativas à carne convencional quanto dos níveis de conscientização sobre o papel dessas alternativas, sobre o sofrimento animal e sobre o abate. Optar pelo consumo de alternativas aos produtos de origem animal, portanto, significa descartar a necessidade do sofrimento animal, além de permitir um relacionamento mais harmonioso, respeitoso e mutualista para com todos os seres, beneficiando todos os envolvidos. Cada animal não humano é sujeito de uma vida, exatamente como cada um de nós animais humanos, logo, estes não devem nos servir como alimento, peças do vestuário, protagonistas de testes em experimentos cirúrgicos, toxicológicos, militares ou espaciais, tampouco ser objetos de diversão, esporte, cultos religiosos, ou quaisquer outras práticas que não os valorizem como indivíduos.

CONSIDERE O VEGANISMO!


Embaixadora: Yasmim da Conceição

Referências:

  • JOY, Melanie. Humanistic psychology and animal rights: reconsidering the boundaries of the humanistic ethic. Journal of Humanistic Psychology, v. 45, n. 1, p. 106-130, 2005.
  • HEIDEMANN, Marina Sucha et al. Uncoupling meat from animal slaughter and its impacts on human-animal relationships. Frontiers in Psychology, v. 11, p. 1824, 2020.
  • ANIMAUX, NOUS ET LES AUTRES; ESPECESISME, VEGANISME ET; ENVIRONNEMENTALE, EDUCATION. NÓS E OS OUTROS ANIMAIS: ESPECISMO, VEGANISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

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